4 de jul. de 2010

A vida fácil e nem tão fácil...


A primeira coisa e talvez nem tão importante a saber sobre o telemarketing, é que apesar de toda aquela loucura que é receber uma ligação atrás da outra, também temos nosso momento de sossego. Por exemplo, eu mesma em meu horário de atendimento, percebo que em determinada hora as ligações tornam-se menos frequentes, até desaparecerem praticamente por completo, salvo por uma ou outra que chega para nos despertar daquele estado de transe tedioso.
Ah! Se atender desesperadamente é ruim, ficar sem fazer nada é tremendamente pior. Não ter o que fazer em casa é bom. Você senta no sofá, assiste um filme, come pipoca, entra no msn, liga o rádio, lê um livro... Qualquer coisa serve. Mas, e no trabalho? Você está ali plantada, presa a uma cadeira de rodinhas, sem absolutamente nada para fazer. A vontade de levantar e dar uma esticadinha nas pernas é imensa, mas... Não. Prostrada diante de um monitor você fica olhando para a tela e aguardando a postos para receber seja lá qual for a solicitação do cliente. Ir ao banheiro? Nem pensar. Comer uma bolachinha? Nem pensar. E que tal ligar para o amigo e bater um papo? Ja sabe, não é mesmo?... Nem pensar.

Bem, onde eu realmente quero chegar com toda esta "lenga-lenga" é que temos que nos monir diáriamente contra o grande período de tédio que podemos vir a enfrentar. Cada um arruma um jeitinho especial de se distrair para não chegar ao nível de loucura extrema devido a exposição ao ócio.

Eu particularmente gosto de desenhar. É algo que me atrai desde sempre, e que nunca me deixa na mão. Levo sempre um caderno com folhas brancas e canetinhas. Outros preferem o bom e velho MP3 clandestino no bolso da jaqueta, revistas, livros, até palavra cruzada é válida no momento do desespero.
Foi em meio a este momento de maresia que descobri que, ser um teleoperador pode ser muito bem comparado a vida de uma prostituta. Não, não, não... Não estou falando da parte "prática" da coisa. É um pouco mais além disto. Irei explicar:

Uma das garotas da operação passou a levar um dos livros da Bruna Surfistinha para ler, e atraída pela leitura, peguei o livro para dar uma espiadela nas páginas. Percebi um trecho interessante em que a autora descreve a vontade de deixar de ser prostituta, e logo relacionei ao telemarketing. Assim como a autora muitos de nós teleoperadores acabamos por entrar nesta vida de trabalho "fácil" (como muitos julgam), por motivos de necessidade imediata. Meu caso de necessidade foi bancar o meu TCC. O de alguns é mais sério como sustentar a família, quitar as dívidas, sobreviver... Outros tem motivos menos trágicos, como por exemplo, ter uma graninha sobrando para ir as baladas. De uma forma ou de outra, todos estamos no mesmo barco e pelo mesmo motivo. O dinheiro. A ligação com a prostituição é a busca pelo dinheiro em um trabalho "fácil". Entrar em uma vida que de fato não é a que gostariamos de estar, e por fim, estar sempre com o imenso desejo de conseguir logo a quantia de dinheiro necessária para largar de vez esta vida.

Ninguém quer ser puta pra sempre, e nós teleoperadores também não pretendemos empacar nesta profissão... Então vamos lá, "dar tudo" (rs) que podemos no menor tempo possível para picar a mula o mais rápido que pudermos!

2 comentários:

  1. Anônimo7/05/2010

    skposkspokspokspok~*
    Quando eu não tenho nada pra fazer, eu converso sozinha e fico riscando a mesinha do Pc :3~

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