Bom galera, me chamo Mayara e recentemente comecei a trabalhar como teleoperadora. Admito que pensei que seria bem, bem, bem, bem (infinito...) mais fácil.
Descobri em pouco tempo que não é a moleza que todos pensam ser. Precisa ter um saco do tamanho de um zeppelin, a malandragem de um mano do gueto, a paciência de uma professora do prézinho e senso psicológico de um psiquiatra. Tem que acreditar em Deus, Buda, Zeus, e até Fada do Dente na hora de rezar pra fazer vendas, e calmantes faixa preta pra pegar no sono sem passar a noite se revirando enquanto amaldiçoa o maldito do cliente que tirou um sarro da sua cara, foi ignorante, passou uma cantada, ou simplesmente demorou séculos para entender uma coisa muito, muito simples.
Também tem que estar disposto a conviver com um pessoalzinho que definitivamente não partilha nada em comum contigo, e aceitar cada um do jeito que é neste ramo em que surgem pessoas de variadas raças, crenças e opções sexuais.
Criei o Blog por um motivo simples e direto: sou desocupada.
Brincadeira! A verdade é que depois que comecei a trabalhar de tele busquei pela internet relatos de pessoas que descrevam suas experiências, frustrações e afins, porém, não encontrei nenhum. Talvez não tenha procurado direito, talvez não exista, talvez eu viva em uma realidade paralela mutante onde humanos fazem sexo atravéz de massagem no ombro. Mas, isso não importa, né? O importante é que criei o Blog e espero que todos que passem por aqui possam descobrir o que realmente passamos por trás do atendimento.
Sejam todos bem vindos ao HEADFONE de BORDO,
o diário de uma teleoperadora.